A temporada 2024/25 da NBA foi coroada não com a consolidação de uma dinastia, mas com um trovão que abalou as estruturas da liga. O Oklahoma City Thunder, em uma ascensão meteórica, conquistou seu primeiro título.
Agora, após uma das janelas de transferências mais explosivas da história recente e com lesões devastadoras redefinindo o equilíbrio, o cenário para 2025/26 se apresenta como um território volátil e imprevisível. Esta é a prévia de uma temporada que será marcada pela caça a um novo rei, experimentos de supertimes e um vácuo de poder sem precedentes.
O trovão no topo: a defesa do título do jovem campeão
Qualquer análise séria sobre a nova temporada deve começar em Oklahoma City. O OKC não é mais uma promessa; é a força a ser batida. Liderados por Shai Gilgeous-Alexander, que realizou uma campanha histórica sendo eleito MVP da temporada regular e das Finais, a equipe dominou a liga com 68 vitórias e culminou a jornada derrotando o Indiana Pacers em uma série final de sete jogos.
Com seu núcleo jovem, formado por SGA, Chet Holmgren e Jalen Williams, todo sob contrato de longo prazo, a estabilidade de OKC contrasta com o caos no restante da liga. O desafio agora é outro, talvez o mais difícil de todos: provar que o primeiro título não foi um acaso e transformar um time campeão em uma dinastia duradoura.
O verão dos terremotos: as trocas que redesenharam a liga
A offseason de 2025 não foi apenas movimentada; ela foi transformadora. Duas negociações de proporções sísmicas reconfiguraram a lista de favoritos e criaram novos supertimes para movimentar o interesse de fãs e palpites em basquete:
Luka Dončić para o Los Angeles Lakers
Em uma troca que chocou o mundo, os Lakers uniram Luka Dončić a LeBron James, formando uma das duplas ofensivas mais talentosas que o esporte já viu. A questão não é se eles podem marcar pontos, mas como o técnico JJ Redick irá gerenciar dois dos maiores criadores de jogadas da história e, principalmente, como irão se organizar defensivamente. A pressão em Los Angeles será monumental.
Kevin Durant para o Houston Rockets
Os Rockets adicionaram a peça que lhes faltava. Ao trazer Kevin Durant, um dos maiores pontuadores de todos os tempos, para um elenco jovem, físico e com forte identidade defensiva sob o comando de Ime Udoka, a equipe se posiciona como uma candidata imediata ao título. Durant chega para resolver a criação ofensiva na meia-quadra, o calcanhar de Aquiles do time na última temporada.
A caçada no Oeste e um Leste em aberto
A Conferência Oeste se transformou em um campo de batalha de titãs. O Denver Nuggets, campeão de 2023 e eliminado pelo OKC em uma série épica de sete jogos, surge como o principal desafiante ao trono. Liderados por Nikola Jokic, eles buscam a redenção.
Logo atrás, os recém-formados monstros de Los Angeles e Houston chegam para brigar pelo topo, enquanto o Minnesota Timberwolves, com o talento explosivo de Anthony Edwards, busca provar que sua campanha até as finais de conferência não foi um acaso.
No Leste, o cenário é de oportunidade. Lesões catastróficas nos tendões de Aquiles de Jayson Tatum (Boston Celtics) e Tyrese Haliburton (Indiana Pacers) — os líderes dos dois finalistas da conferência em 2025 — tiraram ambos de toda a temporada 2025/26 e criaram um vácuo de poder.
Com isso, o Cleveland Cavaliers, que teve a melhor campanha do Leste na temporada regular, e o revitalizado New York Knicks de Jalen Brunson e Karl Anthony Towns emergem como os claros favoritos para chegar às Finais da NBA. Equipes como o Milwaukee Bucks, ainda liderado por Giannis Antetokounmpo, correm por fora, tentando capitalizar a instabilidade.
O inimigo invisível: como as finanças forçaram a queda dos Celtics
A história do Boston Celtics é o grande alerta da NBA moderna. Longe de buscar uma dinastia, a equipe foi forçada a se reestruturar. A lesão de Tatum foi o golpe final, mas a causa raiz foi financeira.
Para evitar as penalidades esmagadoras do novo “second apron” do teto salarial — uma regra desenhada para impedir a manutenção de supertimes caros a longo prazo —, a diretoria se viu obrigada a trocar pilares como Jrue Holiday e Kristaps Porzingis. A narrativa dos Celtics não é de favoritismo, mas de superação, lutando por uma vaga no play-in enquanto aguardam o retorno de sua estrela.
Uma temporada de volatilidade e novas histórias
Esqueça o equilíbrio. A palavra para a temporada 2025/26 da NBA é volatilidade. Estamos diante de uma liga redefinida, impulsionada por narrativas fascinantes: a defesa do título de um jovem rei em Oklahoma City; a pressão sobre estrelas como Dončić e Durant em seus novos e exigentes lares; e uma corrida aberta pelo trono de um Leste ferido.
Para fãs e analistas, o que resta é acompanhar de perto como essas peças se encaixam, pois o mapa do poder na NBA nunca esteve tão propenso a novas e inesperadas reviravoltas.